Embraer EMB 120
O EMB 120 ou Brasilia[nota 1] é um avião turboélice bimotor para uso regional, pressurizado, de alta performance, capaz de transportar 30 passageiros.
Foi projetado, desenvolvido e fabricado em larga escala no Brasil a partir da década de 1980 pela Embraer, que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o bimotor turboélice para uso executivo EMB-121 Xingu, inclusive o projeto de fuselagem, estabilizadores vertical e horizontal em T e o seu inovador sistema de pressurização.[1][3]
Em 1994 o Brasilia foi o avião regional com maior número de operadores no mundo, utilizado por 26 empresas em 14 países. Em 1996 recebeu da FAA (Federal Aviation Administration) um prêmio especial de segurança.
Foram entregues 352 aeronaves para 33 operadores internacionais, ao longo de quase duas décadas de produção.[1] Sua fabricação foi suspensa em 2001, quando já estava sendo produzido o seu modelo sucessor ERJ-145
História
Em abril de 1980 a fabricante lançou o projeto do EMB 120, cuja quantidade de pedidos em pouco tempo ultrapassou a marca de 100 unidades. Seu primeiro voo ocorreu em 29 de julho de 1983 e sua entrada em serviço em 1985, na empresa norte-americana ASA (Atlantic Southeast Airlines), de Atlanta.[1]
Inicialmente, o Brasilia foi fabricado na versão stardard, com motores Pratt & Whitney PW115 de 1 500 shp de potência e cerca de mil quilômetros de alcance. Posteriormente, a partir da década de 1990, passou a ser fabricado na versão "Advanced ER", com motores Pratt & Whitney PW118 de 1 800 shp de potência, dotados de hélices quadripás da marca Hamilton Standard, velocidade de cruzeiro de aproximadamente 550 km/h e alcance de aproximadamente 1 500km.
Projeto e desenvolvimento
O projeto do Brasilia remonta ao ano 1974, quando seria inicialmente chamado Araguaia, tendo seu nome alterado para Brasilia em 1979. Seu lançamento oficial aconteceu em 29 de julho de 1983 e a produção em série iniciada no final de 1984.
Em 16 de maio de 1985 recebeu a homologação pelo CTA no Brasil, em 9 de julho 1985 foi homologado pelo FAA nos Estados Unidos e no mesmo ano pelo CAA (Civil Aviation Authority), na Inglaterra. Em 1986 foi homologado na Alemanha.[6]
A partir da década de 1980, os engenheiros da Embraer já dominavam tecnologias e possuíam experiência adquiridas durante a pesquisa, o desenvolvimento e a fabricação de outros aviões, entre eles o Bandeirante e o Xingu, cujo sistema de pressurização foi utilizado no Brasília.
Dispondo também da tecnologia de asas de perfil supercrítico, o Brasilia foi na época o turboélice bimotor para transporte regional de passageiros mais veloz, mais econômico e mais leve da sua categoria de 30 assentos.[7]
Para que o avião atingisse um novo patamar de modernidade e leveza, foi realizado um trabalho de seleção de fornecedores de matérias-primas e componentes, entre eles Alcoa (alumínio), Pratt & Whitney (motores turboélice) e Collins(aviônicos: o sistema EFIS era um notável avanço tecnológico para a época). O avião também foi homologado com sistemas de degelo boots por várias autoridades aeronáuticas.[carece de fontes]
O projeto e fabricação do Brasilia eram contemplados por uma variedade e quantidade de peças de material compostoconsiderada elevada para a época. Porém, a estrutura (fuselagem, asas e empenagem) sempre foi constituída por alumínioe ligas metálicas
Aprimoramento
A versão melhorada Brasilia Advanced ER passou a ser produzida em série a partir da década de 1990 com mais itens de conforto e conveniência, inclusive ar condicionado para climatizar a cabine de passageiros tanto no voo quanto no solo. Durante o voo, a principal fonte de energia elétrica e de energia pneumática para o ar condicionado são os motores turboélice do avião, no entanto, a APU pode ser utilizada para complementar o suprimento de qualquer um desses (ou ambos os) tipos de energia para o ar condicionado. Já no solo, a APU passa a ser a principal fonte de ambos os tipos de energia para o ar condicionado, mas também em solo ela pode ser utilizada em conjunto com os motores turboélice do avião.[2]
Na década de 1990, a Embraer submeteu às autoridades aeronáuticas brasileiras, norte-americanas e europeias um novo Plano de Manutenção Programada do Brasilia, o que acarretou numa redução de aproximadamente 25% no custo de manutenção programada do equipamento. O plano adotava intervalos maiores entre as revisões e reduzia o tempo de permanência da aeronave no solo para manutenção programada, com consequente ganho de produtividade. Isso reduziu ainda mais o custo operacional do Brasilia e o tornou mais competitivo.
Revisões Tipo A
Revisões Tipo C
Revisões Estruturais
Também foi lançada a versão Quick Change do Brasilia, adaptada para transporte de passageiros e de carga, aumentando a produtividade do equipamento.
A maior parte das aeronaves construídas continuam em serviço, transportando passageiros e cargas aéreas em viagens regionais.
No Brasil
O primeiro operador do Brasilia no Brasil foi a companhia aérea Rio Sul, que introduziu a aeronave em sua frota no ano de 1988. O avião voou também pelas companhias aéreas Meta, Rico, Air Minas, Passaredo, Interbrasil STAR (um subsidiária daTransbrasil), OceanAir (atualmente Avianca), Pantanal (recentemente comprada e absorvida pela TAM - Linhas Aéreas), Nordeste, Penta, TAVAJ, KMW - Táxi Aéreo, America Air, TRIP Linhas Aéreas (atualmente Azul - Linhas Aéreas), SETE Linhas Aéreas Ltda e pela FAB - Força Aérea Brasileira.
A própria Embraer usa um Brasilia, número de série 323, de matrícula PT-SXP, para transportar funcionários entre as fábricas de São José dos Campos (matriz), Gavião Peixoto e Botucatu, numa operação shuttle. O Brasilia 313 de matrícula PP-PSC também já foi usado como shuttle pela Embraer (hoje essa aeronave opera na FAB - Força Aérea Brasileira sob o registro FAB2020).
Esporadicamente, uma unidade do Brasilia também é usada em transporte da diretoria ou convidados da Embraer.
Devido à sua capacidade de pousos e decolagens curtos, o Brasilia é utilizado pela Força Aérea Brasileira em viagens oficiais e também por algumas companhiasaéreas regionais que operam na Amazônia, região dotada de grande número de pistas curtas que inviabilizam o uso de jatos.
Companhia | Quantidade |
---|---|
Passaredo | 4 |
Air Amazônia | 3 |
Brava Linhas Aéreas | 3 |
General Serviços Aéreos | 3 |
Sete Linhas Aéreas | 3 |
META | 2 |
Piquiatuba Transportes Aéreos | 2 |
TOTAL | 20 |
Ficha técnica
- Motorização / Advanced ER (potência): 2 X Pratt & Whitney PW118 (1 800 shp)
- Motorização / Standard (potência): 2 X Pratt & Whitney PW115 (1 500 shp)
- Velocidade máxima de cruzeiro: Aprox. 585 km/h
- Velocidade de cruzeiro normal: Aprox. 550 km/h
- Velocidade de cruzeiro econômica: Aprox. 485 km/h
- Razão de subida inicial: Aprox. 700 metros/minuto
- Pista de pouso: Aprox. 1.650 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios)
- Capacidade: 30 passageiros
- Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto e 1 comissária
- Peso máximo decolagem: Aprox. 11.980 kg
- Consumo médio (QAV): Aprox. 960 litros / hora (lotado / 75% potência)
- Consumo médio (QAV): Aprox. 0,06 litro / passageiro / km voado
- Alcance / Advanced ER: Aprox. 1.500 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas)
- Alcance / Standard: Aprox. 1.000 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas)
- Teto de serviço: Aprox. 9.500 metros
- Freios: Metálicos, com anti-skid (anti-travamento)
- Sistema elétrico: 28 volts (DC)
- Hélices: Hamilton Standard (material composto)
Principais concorrentes
- Antonov An-140
- Saab 340
- BAe Jetstream 41
- BAe Jetstream Super 31
- Dornier 328
- ATR-42
- Bombardier Q-100
Referências
- https://pt.wikipedia.org/
Embraer EMB 120
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